CooperCasa

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A nossa nova casa mental

domingo, 20 de março de 2011

Os quatro instrumentos da Alma


Ola, Amigos da Rádio Boa Nova.

O programa Nova Mente originariamente aborda temas da Psiquiatria e as doenças mentais sob a ótica do Espiritismo bem como os tratamentos que se praticam através dos tempos. O programa, que se realiza ao vivo semanalmente, vem trazendo, na maioria de seus episódios, a leitura de obras literárias com comentários à Luz da Doutrina Espírita. A maioria dessas obras não são de origem espírita e foram escolhidas na intenção de demonstrar que a espiritualidade está inserida em tudo e em todos. A contribuição do Espiritismo está em remover definitivamente o véu dos mistérios entre a vida física e a vida espiritual. Além disso, o programa visa o esclarecimento não só sobre as doenças, mas como previní-las e quiçá evitá-las através da promoção da saúde mental.
Nesta postagem, apresento os livros utilizados pelo programa até hoje, citando o principal assunto abordado, dentro desse grande tema: os quatro instrumentos da alma.
Esse título foi inspirado no livro de Myra e Lopes, Os quatro Gigantes da Alma, onde o autor explora quatro emoções básicas do ser humano: o Medo, a Ira, o Dever e o Amor. Minha intenção não era parodiar e sim incrementar essa visão com os conhecimentos da realidade reencarnatória e principalmente para melhor aproveitarmos nossa experiência na vida física atual. Desfazendo a idéia de se pagar um passado pecaminoso, busquei encorajar os ouvintes a uma atitude otimista de auto descobrimento seguido de auto compreensão. Buscando divulgar a existência de instrumentos para este intento trouxe as leituras comentadas como instruções para esse processo de crescimento. Provavelmente a veemência com que alguns ouvintes e conhecidos me apontam as colocações, surgiu através de minha própria experiência, que para ser "bonzinho" acabava reprimindo sentimentos e junto com eles talentos e potencialidades que me ajudariam na própria vida pessoal. Assim nasceu a idéia do título, Os quatro instrumentos da Alma, aludindo para a realidade de nossos sentimentos, pensamentos e atitudes serem assumidos como instrumentos e não como subprodutos de seres inferiores e assim deixados de lado. Nasceu esta proposta de uma colocação dos alcoólicos anônimos que a resume de maneira psicopedagógica: estudemos a nossa dor para que ela não se nos torne uma revolta.
Segue assim, nesta postagem e nas próximas, os livros já lidos e comentados durante os programas. Cito também o período em que estes programas foram ao ar, lembrando que há um projeto de torná-los uma coleção de cinco CDs em MP3, cada qual com todos os programas gravados. No momento temos apenas um tema, um dos instrumentos da Alma já compilado em CD cujo título é "aRAIVA", já disponível no site da RBN.
Abaixo deixo registrado os temas bem como o livro a que ele se refere bem como as emoções e sentimentos que podem nos servir como instrumentos de estudo e transformação. Os demais títulos estarei postando na sequência, e como os CDs ainda não estão prontos talvez seja possível ter acesso ao conteúdo destes por meio de "downloads" dos programas realizados nos períodos citados.

aRAIVA - oEgoísmo - Livro Vermelho de N/A.

aCULPA - oOrgulho - Reforma ìntima sem martírio.

oMEDO - oDesespero – Como evitar preocupações e começar a viver.

oCONTROLE – aFrustração – Peça e será atendido

aRESPOSTA - aResponsabilidade - Jesus, o maior psicólogo que já existiu.

Há ainda uma pergunta a responder: não são quatro os instrumentos da alma? Então de onde vem este quinto tema?
O quinto tema, tal como o quinto elemento, foi um dos primeiros livros que comentei no programa, resgatando a filosofia Cristã, cuja essência é o Amor. Por que submeter-nos-ia a essa a rica vivência das emoções através das encarnações sucessivas, sem a fé numa causa maior que nos alimenta a esperança de alcançarmos melhores sentimentos?
"Os ensinamentos do Cristo podem nos ajudar a resolver nossos problemas do cotidiano e aumentar nossa saúde mental" Mark W. Baker (autor do livro) responde a questão.

Um abraço fraterno a todos e

podem ficar a vontade.

terça-feira, 8 de março de 2011

Revendo (re-ouvindo) nossos programas!!


Olá, Amigos da Boa Nova.

Estreei o blog já faz algum tempo e desde então não publiquei mais nada. Tenho tantas ideias que os meus próprios ideais por vezes me fazem questionar: qual o limite entre levar a palavra esclarecedora e a promoção pessoal? Eu sempre fui questionado pelos colegas médicos se eu não estaria usando a religião para me promover. Eu confesso que sempre gostei de "aparecer", usar meu "status de médico" como pretexto para levar a palavra. Aprendi isso com meu professor de cirurgia, Dr. Thomaz Szegö (1), quando ele foi para os meios de comunicação a fim de divulgar uma campanha antitabagismo. Dr. Thomaz, movido de uma sincera vontade de servir, mobilizado pela morte de seu querido avô, vítima do tabagismo, foi duramente interpelado pelo jornalista: ...quem é você e por que alguém lhe ouviria? É necessário um motivo, um "gancho" para que o doutor possa aproveitar a "deixa" e falar sobre o tabagismo. Foi então que, a convite dele, comecei a participar de sua campanha intitulada "Corra para parar" ou "Pare de fumar correndo" uma corrida de resistência que era uma pré-classificação para a São Silvestre. Ampla divulgação era feita, obtinha patrocínios e eu e meus colegas, alunos do professor, saiamos distribuindo panfletos e adesivos da corrida. No dia do evento, Dr. Thomaz tomava seu posto e desde o primeiro momento aproveitava as câmaras e microfones para informar sobre os males do tabagismo. E frisava sempre que era uma campanha antitabagismo e não antitabagista movimento francamente humanista focando na informação como forma de prevenção primária desta doença.
Eu estou comentando uma situação ocorrida já nos idos anos de 1986 e ainda demoraria alguns anos para eu assumir minha facilidade de comunicação como instrumento de prevenção e de tratamento e recuperação.
Mas confesso, mais uma vez, que foi somente neste final de ano passado que percebi a importância do que faço: foi durante a edição de natal do programa NovaMente, em que levei meus filhos Thomaz (9a) e Daniela (10a)para participarem. Eu li com eles, um dia antes, um trecho do livro "Rindo e refletindo com Chico Xavier - II" de Richard Simonetti, cujo título é "Justiça e Bondade". Meus filhos fizeram um debate no qual não precisei intervir a não ser para encerrar o programa. Eu deixei o estúdio transformado: quantas vezes eu teria sido bondoso para alguns e deixei de ser justo para outros tantos? E quantas vezes, pensando estar sendo justo, fingi ter uma humildade, aquela aprendida através de ranços repressores da educação e da religião,
e deixei de ser bom, ou seja, causei um mal por omissão "conveniente". Quantas vezes disse sim, só para ficar "bonito na fita" e acabei ensinando e causando a iniquidade. Quantas vezes fui iníquo comigo mesmo e com meus familiares, amigos e colegas na guisa de ser "Dr. João, o bonzinho" ou "Tenente Navajas, o bonzinho".
Agora, em 2011, ano em que completo 50 anos de idade, algo despertou dentro de mim, causando uma transformação íntima, uma morte e um renascimento pelo qual nunca estive tão determinado a servir ao Bom, ao Belo e ao Verdadeiro, mesmo que possa parecer "injusto" e nada bondoso. Essa percepção foi tão intensa que uma pessoa disse ter sonhado que eu havia morrido: estavam todos na recepção do meu consultório e lamentavam que não chegaram a tempo de serem atendidos!!! E eu pergunto: atendidos em seus pedidos e não em suas reais e verdadeiras necessidades, das quais eu só facilitava suas vidas, retirando os obstáculos que os transformaria!?
Assim, a partir deste texto inauguro esse meu real tamanho, do qual não me orgulho, mas também não me envergonho: farei uso dos meus talentos, agradecido a Deus de poder servir com o que sou e o que tenho. Pois é partir do nosso real tamanho que poderemos crescer e não de bondade e justiça ilusionadas por um ego altivo, culpado e medroso.
Peço que compreendam, mas não me perdoem, os que bondosamente eu facilitei a vida e assim os convenci da estagnação pela conformação com a doença: eu também estava doente. Peço lhes, assim, que me permitam reparar essa injustiça através de atitudes enérgicas, porém realmente consoladoras na luta pela transformação.
E juntos estaremos participando do único e verdadeiro espírito Cristão: a ajuda mútua.

Podem ficar a vontade.

(1) Dr. Thomaz Szegö - http://www.ccogastro.com.br/curriculumthomas.asp