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A nossa nova casa mental

terça-feira, 24 de julho de 2012

Dependência Emocional II - como saber quem tem?

O assunto parece ter despertado um interesse geral provavelmente porque todos nós temos algum grau de dependência emocional já que todos nós vivemos em grupo. Qualquer tipo de relacionamento não prescinde de uma certa dependência porém estamos falando aqui de uma inter- dependência: uma troca positiva, colaboradora, respeitosa e portanto assertiva. Pessoas independentes totalmente não existem e isso seria altamente patológico, como que eremitas ou misantropos que acabam se tornando abusadores emocionais dos demais dependentes emocionais. Uma pessoa totalmente dependente também não seria possível e se tentar assim ser provavelmente se tornará um grande facilitador acabando como vítima fácil de abusadores. Assim observamos que a dependência emocional pode oscilar durante nossas vidas entre abusador e facilitador, com rápidas e quase imperceptíveis passagens pelo equilíbrio que seria a inter- dependência salutar.
Deixo aqui um questionário por nós elaborado que pode servir como instrumento de aferição destes estados extremos.  Não é um método de diagnóstico e sim um indicativo pelo qual podemos nos avaliar e assim decidirmos ou não solicitar uma avaliação profissional.

Como saber se tenho algum grau de dependência emocional?
Se você responder afirmativamente para cinco ou mais questões abaixo, muito provavelmente está em algum grau de dependência emocional. Um profissional especializado poderá diagnosticar se o que está vivenciando é patológico e se necessita de uma intervenção terapêutica sistemática e metódica. 

1. Já tentou se afastar de pessoas, lugares ou mesmo coisas por qualquer período de tempo, porém acaba voltando por medo ou culpa? ( ) Sim ( ) Não

 2. Fica com raiva ou chateado quando pessoas ou grupo de pessoas o aconselham a ser menos inseguro ou ansioso? ( ) Sim ( ) Não

3. Já tentou se desapegar de pessoas, lugares ou coisas substituindo-as por outras pessoas, lugares ou coisas? ( ) Sim ( ) Não

4. Pela manhã precisa saber como está o comportamento das pessoas com quem convive para poder definir como será o seu? ( ) Sim ( ) Não

5. Sente uma necessidade compulsiva de controlar tudo e todos para que estejam ou sejam como você quer? ( ) Sim ( ) Não

6. Sente uma necessidade compulsiva de agradar todo mundo, ao mesmo tempo e o tempo todo?      ( ) Sim ( ) Não

7. Sente-se culpado quando diz “não” e tem medo de ser rejeitado quando diz o que realmente sente e pensa? ( ) Sim ( ) Não

8. Está ou esteve exposto a situações nas quais se sentiu submetido a algum tipo de abuso físico ou emocional? ( ) Sim ( ) Não

9. Evita assumir compromissos com pessoas ou instituições por medo de descobrirem algo de errado com você? ( ) Sim ( ) Não

10. Costuma iniciar novas frentes de trabalho ou estudo ou qualquer atividade cultural e desportiva mas nunca consegue continuá-las e completá-las?  ( ) Sim ( ) Não

11. Sofre emocionalmente por repetir comportamentos que lhe diminuem a autoestima, porém não consegue fazer diferente? ( ) Sim ( ) Não

 12. Acredita que um dia tudo será diferente apesar de continuar fazendo tudo da mesma maneira?   ( ) Sim ( ) Não

Lembre-se: esse questionário não faz diagnóstico e tem apenas caráter indicativo - se algo lhe incomoda, procure ajuda e não fique querendo resolver tudo sozinho.  Quando ficamos a sós, estamos mal acompanhados - uma pessoa em recuperação ou um profissional especializado poderá ajudá-lo.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dependência Emocional - apego ou desprezo patológico a pessoas, coisas e lugares.

O ser humano pode estar carregando velhos hábitos que já não lhe convém mais. Muitas vezes repete ações apenas porque se acostumou a elas. Outras vezes porque simplesmente não sabe que poderia ser diferente. Várias vezes percebeu que poderia ser diferente mas não sabia como fazer diferente. Ouvimos então expressões como estas: - Quando digo não, me sinto culpado! ou -Eu sei que seria o melhor a ser feito, mas tenho medo de fazê-lo! Ainda essa - Eu convivo há tanto tempo com esse problema que já me acostumei! E ainda pior - Deixa como está para ver como é que fica! Essas são atitudes passivasdiante da dependência emocional.
As expressões tais como - Deixa que eu tomo conta de tudo mas tem que ser do meu jeito! Ou - Agora que me deixou com raiva eu vou até as últimas consequências! E ainda essa - Eu acabo fazendo tudo pois ninguém faz nada! Estas são expressões que denunciam as atitudes agressivas da dependência emocional. Uma terceira maneira de manifestar a dependência emocional é falsear com a inteligência para obter benefício próprio em detrimento do bem alheio e do bem comum. São as atitudes passivo/agressivas, próprias do que costumamos chamar de "malandragem": uma estrutura de personalidade montada em cima de um esquema de sobrevivência egóica conhecida como manipulação. Representa uma maneira inadequada de enfrentar a vida adulta quando nossos mecanismos de defesa do ego não encontraram bases fortes e reais para amadurecerem. A criança e o adolescente necessitam de referências sólidas e constantes que funcionem como referência de valores éticos e morais a serem seguidos. Naturalmente os jovens buscam o que lhes é mais atávico enquanto ser humano que é "dar-se bem". Podemos exemplificar isso com: deixar tarefas para depois ou para o outro fazer;  conseguir privilégios ou favores sem dar nada em troca;  se “safar” de responder (de ser o responsável) por palavras ditas ou atitudes inconvenientes ou erradas cometidas, utilizando expedientes ingênuos tais como desculpas "esfarrapadas" ou jogando a culpa em alguém ou alguma situação. Os adultos devem (ou pelo menos deveriam) apresentar as delimitações, demonstrando a serenidade decorrente do fato de podermos responder pelo que fazemos seja reparando um insucesso ou gozando o prazer de um sucesso.
O jovem aprende muito mais pela observação e assim os pais devem assumir essa autoridade sobre eles em determinar o que eles não sabem decidir ainda – o que é do bem, o que é belo e o que é verdadeiro.
Num mundo de expiação e provas, a maioria e talvez a totalidade dos hominais encarnados na Terra, não tiverem boas influências de pai e mãe que pela vez deles também herdaram esse processo de “aleijamento” da espontaneidade humana. Em locais onde a sobrevivência tornou-se mais importante que a filosofia, facilmente os valores éticos e morais se tornam materialistas e imediatistas. 
 No alvorecer deste século, o mundo de regeneração vem nos proporcionar instrumentos, instruções e até alguns instrutores nesse processo de revisão de valores. A dor e o sofrimento que antes serviam para abrir picadas na densa floresta dos nossos instintos e emoções, dão passagem as noções mais básicas de responsabilidade que vem pavimentar os primeiros quilômetros da estrada da regeneração.  A dependência emocional é tão e apenas somente uma espécie de efeito colateral ou residual dessa etapa e da qual podemos entrar em recuperação ativa e harmoniosa, sem medos e sem culpas. A aceitação do real tamanho de cada um de nós pela alteridade (aprendendo a viver com as diferenças e aprendendo com as diferenças) associado a uma ligação em alta fidelidade com a causa primária de todas as coisas, possibilita que nos entreguemos confiantes a essa Lei Divina – a Lei do Amor – e assim apontarmos a bússola de nossa consciência para o Norte Verdadeiro de nossas vidas.