
O ser humano pode estar carregando velhos hábitos que já não lhe convém
mais. Muitas vezes repete ações apenas porque se acostumou a elas. Outras vezes
porque simplesmente não sabe que poderia ser diferente. Várias vezes percebeu que
poderia
ser diferente mas não sabia como
fazer diferente.
Ouvimos então expressões como estas: - Quando digo não, me sinto culpado! ou -Eu sei que seria o melhor a ser feito, mas tenho medo de fazê-lo! Ainda essa - Eu convivo há tanto tempo com esse problema que já me acostumei! E ainda pior - Deixa como está para ver como é que fica! Essas são
atitudes passivasdiante da dependência emocional.
As expressões tais como - Deixa que eu tomo
conta de tudo mas tem que ser do meu jeito! Ou - Agora que me deixou com raiva
eu vou até as últimas consequências! E ainda essa - Eu acabo fazendo tudo pois
ninguém faz nada! Estas são expressões que denunciam as atitudes agressivas
da dependência emocional. Uma terceira maneira de manifestar a dependência
emocional é falsear com a inteligência para obter benefício próprio em
detrimento do bem alheio e do bem comum. São as atitudes passivo/agressivas,
próprias do que costumamos chamar de "malandragem": uma estrutura de
personalidade montada em cima de um esquema de sobrevivência egóica conhecida
como manipulação. Representa uma maneira inadequada de enfrentar a vida adulta
quando nossos mecanismos de defesa do ego não encontraram bases fortes e reais
para amadurecerem. A criança e o adolescente necessitam de referências sólidas
e constantes que funcionem como referência de valores éticos e morais a serem
seguidos. Naturalmente os jovens buscam o que lhes é mais atávico enquanto ser
humano que é "dar-se bem". Podemos exemplificar isso com: deixar
tarefas para depois ou para o outro fazer; conseguir privilégios ou favores sem dar nada
em troca; se “safar” de responder (de
ser o responsável) por palavras ditas ou atitudes inconvenientes ou erradas cometidas,
utilizando expedientes ingênuos tais como desculpas "esfarrapadas" ou
jogando a culpa em alguém ou alguma situação. Os adultos devem (ou pelo menos
deveriam) apresentar as delimitações, demonstrando a serenidade decorrente do
fato de podermos responder pelo que fazemos seja reparando um insucesso ou
gozando o prazer de um sucesso.

O jovem aprende muito mais pela observação e
assim os pais devem assumir essa autoridade sobre eles em determinar o que eles
não sabem decidir ainda – o que é do bem, o que é belo e o que é verdadeiro.
Num mundo de expiação e provas, a maioria e talvez a totalidade dos hominais
encarnados na Terra, não tiverem boas influências de pai e mãe que pela vez
deles também herdaram esse processo de “aleijamento” da espontaneidade humana.
Em locais onde a sobrevivência tornou-se mais importante que a filosofia,
facilmente os valores éticos e morais se tornam materialistas e imediatistas.
No alvorecer deste século, o mundo de regeneração
vem nos proporcionar instrumentos, instruções e até alguns instrutores nesse
processo de revisão de valores. A dor e o sofrimento que antes serviam para
abrir picadas na densa floresta dos nossos instintos e emoções, dão passagem as
noções mais básicas de responsabilidade que vem pavimentar os primeiros quilômetros
da estrada da regeneração.
A dependência
emocional é tão e apenas somente uma espécie de efeito colateral ou residual
dessa etapa e da qual podemos entrar em recuperação ativa e harmoniosa, sem
medos e sem culpas. A aceitação do real tamanho de cada um de nós pela
alteridade (aprendendo a viver com as diferenças e aprendendo com as
diferenças) associado a uma ligação em alta fidelidade com a causa primária de
todas as coisas, possibilita que nos entreguemos confiantes a essa Lei Divina –
a Lei do Amor – e assim apontarmos a bússola de nossa consciência para o Norte
Verdadeiro de nossas vidas.